terça-feira, 7 de agosto de 2012





Projeto de leitura da Casa dos Sonhos
Objetiva intensificar e qualificar as atividades de práticas de leituras, assim como incentivar a criação de espaços e práticas de leituras nas comunidades de intervenções para melhorar o desenvolvimento no processo de aprendizagem escolar das crianças e adolescentes; visando à diminuição dos índices de repetência escolar e a ampliação do universo cultural dos mesmos.



Objetivo das mediações na instituição

Estimular nas crianças e nos adolescentes matriculados regularmente na Casa dos Sonhos, vindos das escolas públicas do bairro, práticas cotidianas de leituras que contribuam para a formação de novos leitores e leitores críticos, garantindo assim o direito à leitura.


Características do público
A Casa dos Sonhos atende um grupo direto e indireto.
Público direto:
O público direto que participa da atividade de práticas de leituras é constituído de:
Crianças que participam do processo de pré-alfabetização e que estão envolvidas num processo de iniciação a leitura através da hora do conto e do reforço escolar;
Crianças e adolescentes estudantes do ensino fundamental considerado alfabetizado pela escola pública, mas que apresentam dificuldades na aprendizagem dos conteúdos escolar e que já participam das atividades da Casa dos Sonhos regularmente.



Público indireto:
O público indireto atendido pelo projeto de leitura da instituição é:
A comunidade local, com atividades de leituras públicas, como tenda da leitura nas ruas, sopro poético na praça do bairro; empréstimo para a comunidade.
Visita às escolas estimulando professores e alunos quanto à prática de leitura, através das mediações lúdicas, hora do conto e roda literária; empréstimos para alunos.
Outras entidades que trabalham nessa expectativa do prazer pela leitura através de tendas de leituras, oficinas de reflexões e planejamentos de práticas de leitura.

Principais atividades de leitura e objetivo específico
Objetivo específico dessas atividades:
Viabilizar o acesso das crianças e dos adolescentes de Várzea Nova e da Comunidade Santo Amaro, ao espaço e as atividades de práticas de leituras desenvolvidas pela Casa dos Sonhos.
Atividades
Procedimentos metodológicos
Hora do conto
Círculos de contações de histórias através de teatro de bonecos, encenações a partir da leitura de livros infantis e narrações dramatizadas.
Rodas literárias
Leituras de romances, contos, novelas e discursões da trama e do contexto escrito.
Chás poéticos
Círculos de declamações de poesias e discussões sobre a linguagem poética a partir de um determinado poeta.
Visitas às escolas
Motivação e repasse aos professores como motivação e práticas concretas de mediações lúdicas de leituras.

Empréstimo de livros
Contato com os livros do acervo motivando o leitor a se tornar protagonistas de sua leitura individual.


Espaço de leitura da Casa dos Sonhos
Para estimular a leitura precisamos ter uma estrutura que remeta o grupo a pensar e desejar mergulhar no mundo da imaginação e do prazer literário. Nós optamos por uma sala iluminada, onde organizamos uma pequena biblioteca com um acervo literário infantil, juvenil e também didático para as pesquisas escolares.
Os livros são ingredientes indispensáveis para o funcionamento da biblioteca. Ainda não temos um número suficiente de títulos diversos para renovar a leitura individual, porém, a biblioteca funciona bem, recebe visitas dos educandos, os livros circulam bem nas mãos de cada um através do empréstimo que acontece semanalmente. A escolha do livro é pessoal. Nós sempre procuramos respeitar o gosto literário de cada um, deixando-os livres para serem protagonistas de sua leitura individual. Assim, uns escolhem mais poesias, contos de fadas, gibis e outros gostam de pesquisar em dicionários, atlas, revistas... Percebemos com o passar dos dias que as crianças gostam de ler. Dizem que desde que sejam livros, tenham ilustrações, historinhas vale a pena, afirmaram alguns leitores mais assíduos da biblioteca.

Empréstimo dos livros
As crianças e adolescentes da instituição tem acesso ao livro para levarem para casa uma vez na semana, e passam exatamente oito dias com o livro podendo ler para a família, leva-lo para a escola ou apenas ler individualmente. O ano passado foi emprestado 325 livros, o que para nós foi uma grande surpresa, já que nossas crianças apresentavam dificuldades e desestímulos quanto à leitura, no entanto com as mediações e manifestações de leitura na instituição estimularam as crianças e adolescentes a serem leitores e protagonistas em seus espaços de família, escola e individual.
Catalogação do acervo
Para podermos emprestar os livros para os educandos, o acervo passou por uma catalogação sistemática, pois é necessário para podermos ter um controle do empréstimo, para sabermos quais os títulos existentes no acervo para indicarmos aos leitores, para ter como indicar os títulos também para as educadoras e facilitar a organização da biblioteca. O nosso acervo é marcado por cores, ou seja, cada gênero recebeu uma cor para facilitar a visualização do título, o acesso do educando e a organização dos títulos dentro da biblioteca. Essa técnica ajudou a manter o acervo organizado, facilitou o acesso do educando aos seus títulos preferidos e faixas etárias indicadas.

Exemplo: Literatura infantil
 Literatura Infanto-juvenil
 Literatura Juvenil... Etc.
Mediar leitura na biblioteca significa:
“Fazer fluir material de leitura até o leitor, eficiente e eficazmente, formando e preservando leitores. Significa uma postura ativa, de acordo com uma biblioteca moderna e aberta”.  
Como se organiza um espaço de leitura?

O espaço de leitura precisa ser uma sala ampla, iluminada, com livros expostos aos leitores;
Organizar os assentos com almofadas e em círculo, visando uma comunicação grupal e resgate a contação de história em roda;
Exposição de fantoches para uso nas contações de histórias e criações de histórias;
Adereços para aguçar o imaginário do ouvinte e para estimular a criação de histórias.
Varal de poesias, criações de histórias, desenhos temático.

Cortinas claras nas janelas;
O espaço precisa ser um lugar confortável, e ter presente o principal instrumento: livros.

O papel do mediador de leitura

O mediador é aquele indivíduo que aproxima o leitor do texto. É o facilitador desta relação.
Como intermediário de leitura, o mediador encontra-se em uma situação privilegiada, pois tem nas mãos a possibilidade de levar o leitor a infinitas descobertas.


Quem pode mediar leitura?

Os familiares;
Os professores;
Os bibliotecários;
Os escritores;
Os editores;
Os críticos literários;
Os jornalistas;
Os livreiros;
Os tradutores;
Os web designers, e até os amigos que nos emprestam um livro ou indicam um CD-ROM e uma página literária na Internet.



O QUE É MEDIAÇÃO DE LEITURA?

MEDIAR É TORNAR A HISTÓRIA INTERESSANTE PARA O LEITOR, DEBATENDO, COLOCANDO-O NA HISTÓRIA, INSTIGANDO SEU IMAGINÁRIO;

O MEDIADOR É A PESSOA RESPONSÁVEL POR FAZER A PONTE ENTRE O LIVRO E O LEITOR. CONSIDERAR O INDIVIDUO COMO SUJEITO INTEGRAL...
ABRE JANELAS QUE PERMITEM QUE O OUT
NA MEDIAÇÃO DA LEITURA TEM QUE HAVER UMA INTERAÇÃO MEDIADOR/CONTEÚDO, FORMA/SABERES, OBJETIVOS/ATIVIDADE.
OS SABERES DO OUTRO É PROVOCADO PELO MEDIADOR QUE ABRE JANELAS QUE PERMITEM QUE O OUTRO PARTICIPE DA HISTÓRIA SEM QUE ESTA PERCA O SENTIDO DO AUTOR.
O MEDIADOR TEM QUE SER CUPIDO, FAZER O LEITOR SE APAIXONAR PELA HISTÓRIA!



Contar histórias é uma grande arte!

Como se faz?

Antes de o mediador começar a contação da história é importante situar o ouvinte: ler o título do livro, apresentar a capa, anunciar o nome do escritor, da editora, estimular a curiosidade do leitor quanto os personagens, deixa-los a vontade para curtir a história.
A narração da história

Cada mediador tem seu jeito próprio de contar história, ninguém narra igual ao outro, cada pessoa tem se jeito individual de se expressar na contação em público. Existem algumas dicas para uma boa narração. Que tal?

... A melhor técnica para narrar histórias de maneira sedutora, prazerosa e envolvente para crianças é, em primeiro lugar ser um contador absolutamente apaixonado pelo mundo do “faz-de-conta”. Estar envolvido afetivamente com a narrativa é ponto fundamental. A história tem que ser narrada com paixão, sentimento, entrega, partilha.

Sem dúvida, existem algumas maneiras de fazer do momento da leitura um espaço de prazer, troca, dinamismo, entrega descoberta e reflexão.

 Fechamento da história

É importante que ao final da narrativa, não fechar imediatamente o livro, mas fazer com que os ouvintes curtam a despedida da leitura, motivando-os a baterem palmas para a história, e utilizar de versinhos para terminar, tipo “Entrou por uma porta, saiu pela outra... Quem quiser que conte outra...”. Ou outro conhecido...
Maneiras de fazer mediações de leituras para um grupo:

CONTAR HISTÓRIA COM O LIVRO
CONTAR HISTÓRIA SEM O LIVRO
Conhecer o texto com profundidade.

Conhecer o texto com profundidade.
Sensibilizar o grupo para o momento de escuta.

Sensibilizar o grupo para o momento de escuta.
Criar “ambiência”, convidando para entrar no mundo do “faz-de-conta”.
Criar “ambiência”, convidando para entrar no mundo do “faz-de-conta”.
Depois de estabelecida a confiança e intimidade, iniciar a contação.

Depois de estabelecida a confiança e intimidade, iniciar a contação.

A história não é pretexto, ela é o texto.
A história não é pretexto, ela é o texto.
O livro deve ser apresentado ao grupo. Dizer o título, autor, editor. Mostrar a capa.
A voz deve ser bem empostada.
Segurar o livro aberto sobre as mãos, com cuidado e carinho, denotando respeito (relação com o universo sagrado da palavra).
Procurar teatralizar por meio da voz (ritmo, timbre, pausas, sonoridade).
Ler, pausadamente, mas demonstrando intimidade com o texto e entusiasmo pela leitura.
Teatralizar por meio de movimentos (mãos, face).
Pontuar corretamente, prestando atenção no tom, ritmo, volume.
Os movimentos devem ter intensidade, mas nunca impulsos exageradamente agressivos.
Evitar gestos e expressões faciais exagerados, como recursos de narração. Por isso quando se lê a história, a carga de tensão deve estar contida na própria relação das palavras, frases.
Usar a criatividade para dar “vida” ás personagens. Ser absolutamente espontâneo.
A cada página virada, devem-se mostrar aos ouvintes as imagens (ilustrações/desenhos/palavras).
Ir adaptando a “interpretação do texto” de acordo com o que se percebe no grupo.
Exemplo: se nas partes mais tensas da história, os ouvintes apresentarem expressões muito angustiadas, então o contador deve aliviar o nível de tensão, sem perder o nível de intensidade.
Relacionar o dito oral com o dito escrito.
Não se perder do texto, “inventando” situações que não pertencem á história.
Durante a leitura, procurar não interromper a narrativa.
Agir com naturalidade e repassar emoção são fatores de sucesso no momento da contação.
Ler com entusiasmo e atenção, mas não esquecer que a leitura está sendo realizada para outros, portanto é necessário que, entre um parágrafo e outro, o contador dirija o olhar para o grupo, perceba o movimento, o nível de tensão, a atenção. Que seja um momento compartilhado.
O contador de história é alguém que deve ter capacidade de interpretação, como também de provocar o imaginário do ouvinte. É, portanto um “autor”. Alguém capaz de usar a persona sem perder o contato, o olhar, a ternura, o encanto próprio ao fabulador.
Ficar sensível às relações dos ouvintes. No final, fechar o livro com respeito e permitir que os ouvintes expressem seus sentimentos com relação aos diversos aspectos do texto.
Ao final da narração utilizar-se da tradição popular que em geral conclui as narrativas, como: “entrou por uma perna de pinto, saiu por uma perna de pato, seu rei mandou dizer que você contasse quatro...” ou “na ladeira do escorrega...”.
REFERÊNCIAS:
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 4. Ed. São Paulo: 1994
AMARILHA, Marly. Estão mortas as fadas? 6. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
CAVALCANTI, Joana. Caminhos da Literatura infantil e juvenil: dinâmicas e vivências na ação pedagógica. São Paulo: Paulus, 2002.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria-análise-didática. 7. Ed. Ver. São Paulo: moderna, 1991.
COLOMER, Teresa. A formação do leitor literário: narrativa infantil e juvenil atual. São Paulo: Global, 2003.
LAJOLO, Marisa. O que é literatura. 10.ed.São Paulo; brasiliense, 1989.
LAJOLO, Marisa. Literatura infantil brasileira: história & histórias.
SILVA, Maria Betty Coelho. Contar histórias: uma arte sem idade. 10. Ed. São Paulo: Ática, 2004.


Indicação de leitura para criança e adolescente:

Infantil:

Tia Anacleta e sua dieta
Autora: Sylvia Ortof; Ilustração de Tato – São Paulo: Editora Paulinas, 1994 (Coleção Lua Nova);

Infanto-juvenil:

A misteriosa caixa do contador de histórias
Autor e ilustrador: Sérgio Palmiro Serrano – São Paulo: Editora Paulinas, 2009 (coleção: fadas e fábulas). 

O grãozinho de areia em cordel
Autor: Fernando Paixão; Ilustradora: Mirella Spinelli – São Paulo: Editora Paulus, 2010.

O marimbondo do quilombo
Autora: Heloisa Pires Lima; Ilustração Rubem Filho – São Paulo: Editora Manole, 2010.

Outras informações:

Nossa instituição CASA DOS SONHOS, esse ano de 2012 foi inserida no projeto Polo de Leitura na Rede.
O que isso significa?
O Polo de Leitura na Rede é uma estratégia de articulação em rede, entre sete instituições educativas na Paraíba, que atuam na promoção e defesa dos direitos de crianças, adolescentes e jovens em situação de pobreza social.
Atualmente o Polo está constituído pelas Aldeias SOS Brasil – Paraíba, Apoio ao Trabalho Cultural, Histórico e Ambiental (APÔITCHA), Escola Municipal de Ensino Fundamental Assis Chateaubriand, Casa Pequeno Davi (CPD), Associação Educativa Livro em Rodas (AELER), Escola Viva Olho do Tempo, Associação Casa dos Sonhos (nós) e conta com a parceria do Instituto C&A de Desenvolvimento Social, através do Programa Prazer em Ler.

Objetivo:

Nosso objetivo quanto Polo é contribuir para o desenvolvimento cultural de crianças, adolescentes e jovens, através de ações em rede que estimule a democratização do acesso, o gosto e a fluição literária, incorporando estas ações à rotina cotidiana dos habitantes da Região Metropolitana de João Pessoa, na perspectiva de uma sociedade leitora.
www.leituranarede.org.br

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Anotações extras:
A quem se dirige a mediação de leitura?
Toda criança, jovem, adulto tem direito ao acesso a leitura e precisam ser estimulados a tomar posse desse bem e recebe-la com qualidade. Não existe idade, gênero ou grupo especifico, basta que exista o compromisso do mediador de aproximar a leitura da pessoa como um direito.
Com que se sustenta?
O mediador precisa estar em formação continua e acima de tudo esta apaixonado pela leitura em seus diferentes gêneros literários.









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